terça-feira, 11 de novembro de 2014

Seção 1 – Bens culturais do acampamento do DNER

Como visto, a cidade de Três Marias será criada a partir do estabelecimento de diversos empreendimentos industriais de grande porte. Um destes empreendimentos foi a construção da atual BR 040 que ligaria o Rio de Janeiro ao Brasil Centro, onde estava sendo construída a nova capital Brasília.

No final década de 1950, Três Marias se tornaria um importante ponto de referência para esta obra, sendo construído o acampamento do DNER para abrigar os funcionários do Departamento Nacional de Estradas e Rodagem - DNER, órgão federal responsável pela fiscalizar as obras de construção do maior projeto rodoviário do Brasil da época.

Dividida em trechos a construção da estrada foi realizada por diversas empreiteiras. A empreiteira responsável pelo trecho entre o ribeirão do boi e o rio São Francisco, incluindo a construção da monumental ponte sobre o rio São Francisco era a Companhia Triângulo. 

O acampamento da DNER era destinado para os funcionários do departamento e não para funcionários das empreiteiras. Localizado entre o povoado de Barreiro Grande e a Vila Satélite, o acampamento possuía em torno de 30 edificações destinadas para residências, além da casa de visitas, alojamento para os funcionários solteiros, escritórios e edificações destinadas a prestações de serviços da rodovia.

Durante o IPAC, foram feitas duas fichas de inventário relativas a este acampamento. Uma delas era o antigo alojamento de operários do DNER e a segunda é a edificação para abrigar o engenheiro responsável do DNER na localidade. Por escolha dos atuais proprietários, obtivemos autorização para divulgar as imagens apenas do antigo alojamento, que foi construído por volta de 1960 para os trabalhadores solteiros do DNER, a partir de um projeto do Sr. Ota, engenheiro responsável da época. Contudo, o Sr. Ota seria transferido na mesma época, deixando a cargo do Sr. Almir Albuquerque a finalização da obra. 

Assim como no acampamento da Cemig, a maior parte das edificações do acampamento do DNER tinha o alicerce de cimento, as paredes de madeira, com revestimento interno de Eucatex e cobertura de telhas de zinco.

No início da década de 1970, o DNER não queria mais manter sob sua responsabilidade o acampamento e iniciou um processo de retirada dos antigos funcionários da localidade. Durante esse processo boa parte das residências foi desmanchada e os alojamentos e as edificações que restaram passaram a ser ocupadas por funcionários de empreiteiras que trabalhavam na região.

Na segunda metade da década de 1970, antigos funcionários que sentiam-se injustiçados por terem sido expulsos do acampamento mobilizar-se-iam em torno da luta pela propriedade dos lotes onde moravam. Os conflitos estabelecidos entre os administradores do DNER  e os antigos funcionários renderia aos últimos o direito de comprar da SUVALE – Superintendência do Vale do São Francisco , antiga CVSF – Comissão do Vale do São Francisco, os lotes que abrigavam suas residências por um valor simbólico.

Neste época, o alojamento seria então ocupado pelo senhor Antônio Joca de Lima, antigo funcionário do DNER, que o adquiriu da SUVALE. Após o falecimento do Sr. Antônio Joca de Lima a edificação entrou em processo de inventário, encontrando-se ainda na mesma situação.




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